Valor do aluguel dispara e alta chega a quase 11% em 2024
Quem paga aluguel todos os meses tem sentido no bolso, cada vez mais, o peso da alta dos preços. O custo para alugar uma casa ou apartamento no Brasil disparou no primeiro semestre de 2024 e deve terminar o ano em alta.
O balanço parcial de 2024 do FipeZap, índice de preços de imóveis residenciais e comerciais, revelou que a locação residencial acumulou uma alta de 10,90% no ano, acima do IPCA/IBGE (+3,31%) e do IGP-M/FGV (+2,64%), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor e o Índice Geral de Preços – Mercado. Na média nacional, em que são avaliadas as capitais e alguns dos mercados mais procurados para aluguel, os dados trazem um aumento acima da inflação, o que representa uma dificuldade a mais para as famílias.
Em termos de abrangência geográfica, houve aumento nas 36 localidades acompanhadas pelo FipeZap, incluindo 22 capitais brasileiras. Os dados refletem a realidade de todo o país, incluindo Blumenau onde a alta dos alugueis também é presente.
Os dados são de setembro e ainda de acordo com o FipeZap a média no período de 12 meses foi de 13,75% de aumento. Ou seja, se contabilizarmos o aumento de setembro do ano passado a setembro de 2024 a porcentagem é ainda mais expressiva. O comportamento do índice nesse período também se manteve acima das variações acumuladas pelo IPCA/IBGE (+4,42%) e pelo IGP-M/FGV (+4,53%).
Imóveis com apenas um dormitório valorizaram acima da média nesse recorte temporal, com aumento de 15,76%, contrastando com o aumento relativamente menor entre unidades com quatro ou mais dormitórios (+11,99%).
Cidades de Santa Catarina se destacam no índice
Ainda com base nos dados de 36 cidades monitoradas pelo índice FipeZAP de locação residencial, o preço médio do aluguel de apartamentos foi calculado em R$ 47,05/m². Os maiores valores foram observados no aluguel de imóveis de um dormitório (R$ 61,61/m²) e os menores, entre unidades com três dormitórios (R$ 40,90/m²).
Santa Catarina aparece entre os locais com o preço médio por metro quadrado mais alto. Comparando os resultados nas 22 capitais, São Paulo (SP) apresentou o preço médio mais elevado (R$ 56,37/m²), seguido por Florianópolis (R$ 53,83/m²).
Em Joinville, maior cidade do Estado, os alugueis vinham subindo acima da média, com acumulado de +13,01% em 2024, e +13,27% em 12 meses. Os últimos levantamentos, no entanto, apontam para uma estagnação. A variação no mês de setembro foi de +0,9%.
O retorno médio do aluguel residencial foi avaliado em 5,96% ao ano, patamar inferior à rentabilidade média projetada para aplicações financeiras de referência nos próximos 12 meses. Em termos comparativos, a rentabilidade projetada do aluguel residencial foi relativamente maior entre imóveis com apenas um dormitório (6,68% a.a.), contrastando com o menor percentual entre unidades com quatro ou mais dormitórios (4,69% a.a.).
Mais que uma alternativa, compra da casa própria vira sonho para quem paga aluguel
Os números, entre outros critérios, têm motivado famílias a buscar a compra por imóveis próprios. O casal Maria Leovania Leite e João Altevir Pereira mora em Blumenau e sonha em sair do aluguel. “Pagar aluguel é muito ruim, é um dinheiro que não tem retorno e quando chega no fim do ano você já pagou uma fortuna em uma casa que não é tua, então a gente só está em busca mesmo de sair do aluguel”, conta Maria.
Além de estar a mercê da alta nos valores, o dinheiro gasto com aluguel não cria patrimônio. Contudo, o aluguel é uma opção flexível de moradia que permite um compromisso financeiro de curto prazo, sem responsabilidade com manutenções estruturais no imóvel. É uma opção considerada mais barata, mas dependendo da localização e do tipo de imóvel o valor do aluguel pode não ser tão diferente quanto o valor do
parcelamento do imóvel próprio.
Para a família de Adriane e Renato, sair do aluguel e conquistar a casa própria foi uma vitória. “Quando a gente vê que a gente conseguiu é um sentimento de vitória, de realização e tranquilidade”, diz Adriane.
O sonho deles era ter uma casa em um bairro tranquilo, onde os filhos tivessem mais espaço e tranquilidade para brincar. Adriane conta como foi quando encontrou a casa dos sonhos: “Eu amei quando eu cheguei. O lugar cercado de verde, um silêncio, uma paz. E era exatamente o que eu precisava. Eu gosto de lugar mais tranquilo pra mim e para as crianças também, que podem brincar na rua”. O casal realizou o sonho da casa própria atrás da Imobiliária Torresul, depois de participar do Mega Cadastramento do Minha Casa, Minha Vida.